À MARGEM
havia uma grossa casca,
abacaxi turvo,
sem qualquer possibilidade de fruto
havia palmeiras,
olhares ao mar,
o sol que vinha e que se punha,
e uma trava
sem nenhuma fresta
para ser rompida
havia uma grossa casca,
abacaxi turvo,
sem qualquer possibilidade de fruto
havia palmeiras,
olhares ao mar,
o sol que vinha e que se punha,
e uma trava
sem nenhuma fresta
para ser rompida
O lenço rompe o silêncio do bolso.
O pudor do gesto
esconde a maré cheia dos olhos.
Lavar o rosto das manhãs
e esperar o sol
de um dia sem máscaras.
Abrir-se em tato,
respirar o que sobrou da noite,
desenhar um caminho.
Temperatura em elevação,
nuvens isoladas de ausência.
Nebulosidades aumentam
no decorrer do período.
Ao pôr do sol,
pancadas de saudade.
Edival Antonio Lessnau Perrini nasceu em Curitiba-PR, em 23 de outubro de 1948, onde cresceu e reside. Saiba +