NORTE
Repudio a chuva fina:
mesquinha, indecisa, à toa.
Ou tempestade me assina
ou me rasgo, se garoa.
Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se caráter custa caro
pago o preço.
Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.
Um rio, só se for claro.
Correr, sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
- não paro nem mereço.
E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
- se caráter custa caro
pago o preço.
Quando a noite invade os pássaros,
voos derramam-se em luz:
manhas da manhã,
pouso feito a bico
com mil gravetos de som.
No You Tube, Tom, de Edival Perrini, com musica e interpretação de Jazomar Vieira da Rocha e Priscila Rocha:
Eliminei o excesso de paisagem
simplifiquei toda a decoração
retirei quadro flores ornamentos
apaguei velas copos guardanapos
e a música
Bani a inutilidade do discurso
Na mesa de madeira
nua
apenas dois pratos
brancos
sem talheres
O banquete será tua presença
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Edival Antonio Lessnau Perrini nasceu em Curitiba-PR, em 23 de outubro de 1948, onde cresceu e reside. Saiba +