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Este poema se escreve
com o voo do corvo
e com o brilho da estrela
que só existem
como eu
quando espio você.
Este poema exige
fé
e busca palavras.
Este poema é pedra desde sempre.
Capturado,
poderá fazer da vidraça,
cacos.
Este poema se escreve
com o voo do corvo
e com o brilho da estrela
que só existem
como eu
quando espio você.
Este poema exige
fé
e busca palavras.
Este poema é pedra desde sempre.
Capturado,
poderá fazer da vidraça,
cacos.
Gatinho, meu amigo,
fazes ideia do que seja uma estrela?
Dizem que todo este nosso imenso planeta
coberto de oceanos e montanhas
é menos que um grão de poeira
se comparado a uma delas
Estrelas são explosões nucleares em cadeia
numa sucessão que dura bilhões de anos
O mesmo que a eternidade
Não obstante, Gatinho, confesso
que pouco me importa
quanto dura uma estrela
Importa-me quanto duras tu,
querido amigo,
e esses teus olhos azul-safira
com que me fitas
Tags: estrela, eternidade, Ferreira Gullar, fitar, gatinho, montanhas, oceanos, planeta
O poema
roça o abril da garganta
e multiplica seu tecido
de palavras.
Será um poema de maio.
Terá a luz da palavra
luz
e o brilho da palavra estrela.
Depois
haverá o abraço frio do outono
e o verbo
desaparecerá.
Edival Antonio Lessnau Perrini nasceu em Curitiba-PR, em 23 de outubro de 1948, onde cresceu e reside. Saiba +