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“Lavo, lavo o meu poema”

lavo, lavo o meu poema
até deixá-lo limpinho
de tudo o que o impede
de ser claro como a água

lavo, lavo o meu poema
com sabão e com escova
quero que seja escovado
da mais mínima sujeira

lavo, lavo o meu poema
que é só meu, mas é de todos,
sendo limpo, sendo lindo,
cada um o julga seu,
todos o querem para si

lavo, lavo o meu poema
lavo, duas, lavo três
lavo quantas forem precisas
as vezes de o bem lavar

Leopoldo Scherner/ Traços do Ofício/ 2004

Edival Perrini

Edival Antonio Lessnau Perrini nasceu em Curitiba-PR, em 23 de outubro de 1948, onde cresceu e reside. Saiba +

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