Tag: sereias

para Gabo

para Gabo

selvagens baleias
mergulham das nuvens,
me acendem, me excitam,
amparo de dúvidas

centauro marinho,
promessas de mar,
sereias, seus cantos
caminho das índias?

 selvagens baleias
habitam as nuvens,
se as vejo, se ouço
seus surdos vestígios

agarro a fumaça,
mergulho sonhante
em mares, entranhas,
gritantes silêncios

 

Crédito da imagem: www.cyberartes.com.br

Edival Perrini/ www.edivalperrini.com.br/ 2015

MARULHOS

marulhos

Um sonho feito balão
pressente o rumo do mar,
que chão de mar é molhado
e liso e fofo e alado
como carece ser chão
pra empinar sonho e gente.

Escafandrista de sonho
não diz que mar não dá pé.
Mergulha os olhos na água,
não dá bola pra marola,
ignora sombra e lama,
olha e vê, como vê!

Vê que gaivota é um peixe
que pulou fora do mar.
Daí que olhar seus avanços,
balanços e acrobacias,
traz um ar de nostalgia.
Saudades do vasto mar?

Vê a vida o mareante,
cavalga as algas e areias,
descasca o fruto-mar.
Aí se acendem estrelas,
conchas, polvos e arraias:
há um mar dentro do mar.

Apalpar estas entranhas,
alquimia de sereias,
é reencontrar o menino
que outro dia viu o mar,
e se pôs a perguntar
se o verbo dos princípios
não seria o verbo almar?

Edival Perrini/ O olho das águas/ 2009

Edival Perrini

Edival Antonio Lessnau Perrini nasceu em Curitiba-PR, em 23 de outubro de 1948, onde cresceu e reside. Saiba +

Arquivo

Newsletter

Cadastre-se e receba nosso boletim informativo:

Aceito receber emails