NO SONHO E NO POEMA
no sonho e no poema,
por não poder
me distraio
no sonho e no poema
há um poço,
raio que verte versos
se ouço
no sonho e no poema
há ossos,
manto de agonia
e espanto
no sonho e no poema,
por não poder
é que posso
no sonho e no poema,
por não poder
me distraio
no sonho e no poema
há um poço,
raio que verte versos
se ouço
no sonho e no poema
há ossos,
manto de agonia
e espanto
no sonho e no poema,
por não poder
é que posso
A busca carnal pelo poema
deve ser a busca pelo amor
não correspondido, o seio pleno
de leite, vazando no vazio
a cada nova tentativa em vão
da boca.
A busca infernal pelo poema,
a sobrevivência selvagem do
poeta, é transformar metáforas,
sugar a luz, proteína das
palavras. Depois, descansar
nos versos.
Edival Antonio Lessnau Perrini nasceu em Curitiba-PR, em 23 de outubro de 1948, onde cresceu e reside. Saiba +