ROTEIRO

Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se caráter custa caro
pago o preço.

Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.

Um rio, só se for claro.
Correr, sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
-       não paro nem mereço.

E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
-       se caráter custa caro

pago o preço.

4 Comentários

  1. Adriana
    11/06/2012

    Edival, gostei muito do poeta, que não conhecia nem de nome. O poema que você citou é tão musical, rítmico, que me lembrou a letra de RODA do Gil, você se lembra?

  2. Henrique Bessa
    20/01/2014

    Belissimo poema. Ainda fascinado com o verso “Se caráter custa caro/Pago o preço/ Pago embora seja raro”

  3. Edival Perrini
    03/02/2014

    Olá Henrique,
    Obrigado pela visita e pelo comentário.
    Me fascina a poesia do Sidônio Muralha também, principalmente este poema.
    Abraço,
    Edival Perrini

  4. Edival Perrini
    03/02/2014

    Olá Adriana,
    Sidônio Muralha é um poeta português que viveu muitos anos e, infelizmente, morreu em Curitiba.
    Tem pérolas deste tipo!
    Sobre “Roda”do Gil transcrevo os versos finais. Gostei muitíssimo da associação:

    Agora vou terminar
    Agora vou discorrer
    Quem sabe tudo e diz logo
    Fica sem nada a dizer
    Quero ver quem vai voltar
    Quero ver quem vai fugir
    Quero ver quem vai ficar
    Quero ver quem vai trair

    Por isso eu fecho essa roda
    A roda que eu te fiz
    A roda que é do povo
    Onde se diz o que diz

    Obrigado por você dizer sempre e também aqui.
    Abraço,
    Edival

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Edival Perrini

Edival Antonio Lessnau Perrini nasceu em Curitiba-PR, em 23 de outubro de 1948, onde cresceu e reside. Saiba +

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