ROTEIRO
Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se caráter custa caro
pago o preço.
Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.
Um rio, só se for claro.
Correr, sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
- não paro nem mereço.
E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
- se caráter custa caro
pago o preço.
11/06/2012
Edival, gostei muito do poeta, que não conhecia nem de nome. O poema que você citou é tão musical, rítmico, que me lembrou a letra de RODA do Gil, você se lembra?
20/01/2014
Belissimo poema. Ainda fascinado com o verso “Se caráter custa caro/Pago o preço/ Pago embora seja raro”
03/02/2014
Olá Henrique,
Obrigado pela visita e pelo comentário.
Me fascina a poesia do Sidônio Muralha também, principalmente este poema.
Abraço,
Edival Perrini
03/02/2014
Olá Adriana,
Sidônio Muralha é um poeta português que viveu muitos anos e, infelizmente, morreu em Curitiba.
Tem pérolas deste tipo!
Sobre “Roda”do Gil transcrevo os versos finais. Gostei muitíssimo da associação:
Agora vou terminar
Agora vou discorrer
Quem sabe tudo e diz logo
Fica sem nada a dizer
Quero ver quem vai voltar
Quero ver quem vai fugir
Quero ver quem vai ficar
Quero ver quem vai trair
Por isso eu fecho essa roda
A roda que eu te fiz
A roda que é do povo
Onde se diz o que diz
Obrigado por você dizer sempre e também aqui.
Abraço,
Edival