Tag: mar

NEBLINA

Neblina na serra

O hálito da neblina
mastiga da serra
sua essência de odores.

O hábito da neblina
revela no chão
os descaminhos ao mar.

O hábito da neblina
convida a não ver,
passos inebriados.

O hálito da neblina
turva primeiro, depois
publica o sol.

Edival Perrini / www.edivalperrini.com.br / 2017

POEMA II/ NOTURNOS

O ventilador do teto
é o esquema de uma ave presa
no sem-teto do céu baixo.
Dentro, sempre, do mesmo circuito
curto, onde apenas a velocidade se altera
e a direção do giro de sua viagem previsível.
Flechada no cimento, vive e morre
a aventura rotineira do dia a dia
do vento preestabelecido, ou não.
O ruído das pás, do passar de suas asas
sem penas (só parará com uma pane)
se entretém, se entretece
com a respiração do sono, pausada
sob o calor ligado do verão:
puxo o mar dos pés para me cobrir.

Armando Freitas Filho/ Dever/ 2013

MINAS

Se eu encostasse
meu ouvido
no seu peito
ouviria o tumulto
do mar
o alarido estridente
dos banhistas
cegos de sol
o baque
das ondas
quando despencam
na praia

Vem
escuta
no meu peito
o silêncio
elementar
dos metais

Ana Martins Marques/ O livro das semelhanças/ 2015

FIM DE FESTA

fim de festa foto 2

A reboque de um carro desbotado,
asfixiado pelo congestionamento,
o barco nada lembra do mar
do sol
nem das gaivotas.

Naufraga.

Edival Perrini/www.edivalperrini.com.br/2016

para Gabo

para Gabo

selvagens baleias
mergulham das nuvens,
me acendem, me excitam,
amparo de dúvidas

centauro marinho,
promessas de mar,
sereias, seus cantos
caminho das índias?

 selvagens baleias
habitam as nuvens,
se as vejo, se ouço
seus surdos vestígios

agarro a fumaça,
mergulho sonhante
em mares, entranhas,
gritantes silêncios

 

Crédito da imagem: www.cyberartes.com.br

Edival Perrini/ www.edivalperrini.com.br/ 2015

Edival Perrini

Edival Antonio Lessnau Perrini nasceu em Curitiba-PR, em 23 de outubro de 1948, onde cresceu e reside. Saiba +

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