NEBLINA
O hálito da neblina
mastiga da serra
sua essência de odores.
O hábito da neblina
revela no chão
os descaminhos ao mar.
O hábito da neblina
convida a não ver,
passos inebriados.
O hálito da neblina
turva primeiro, depois
publica o sol.
O hálito da neblina
mastiga da serra
sua essência de odores.
O hábito da neblina
revela no chão
os descaminhos ao mar.
O hábito da neblina
convida a não ver,
passos inebriados.
O hálito da neblina
turva primeiro, depois
publica o sol.
O ventilador do teto
é o esquema de uma ave presa
no sem-teto do céu baixo.
Dentro, sempre, do mesmo circuito
curto, onde apenas a velocidade se altera
e a direção do giro de sua viagem previsível.
Flechada no cimento, vive e morre
a aventura rotineira do dia a dia
do vento preestabelecido, ou não.
O ruído das pás, do passar de suas asas
sem penas (só parará com uma pane)
se entretém, se entretece
com a respiração do sono, pausada
sob o calor ligado do verão:
puxo o mar dos pés para me cobrir.
Se eu encostasse
meu ouvido
no seu peito
ouviria o tumulto
do mar
o alarido estridente
dos banhistas
cegos de sol
o baque
das ondas
quando despencam
na praia
Vem
escuta
no meu peito
o silêncio
elementar
dos metais
A reboque de um carro desbotado,
asfixiado pelo congestionamento,
o barco nada lembra do mar
do sol
nem das gaivotas.
Naufraga.
Tags: barco, congestionamento, fim de festa, mar, naufragar, reboque, sol
selvagens baleias
mergulham das nuvens,
me acendem, me excitam,
amparo de dúvidas
centauro marinho,
promessas de mar,
sereias, seus cantos
caminho das índias?
selvagens baleias
habitam as nuvens,
se as vejo, se ouço
seus surdos vestígios
agarro a fumaça,
mergulho sonhante
em mares, entranhas,
gritantes silêncios
Crédito da imagem: www.cyberartes.com.br
Edival Antonio Lessnau Perrini nasceu em Curitiba-PR, em 23 de outubro de 1948, onde cresceu e reside. Saiba +