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PEIXE

PEIXE-desenho-pai

Naquela praia existe um morro,
naquele morro uma pedra existe,
naquela pedra jazia um peixe.

Impressionou-me o olhar daquele peixe.

Ele continha uma saudade enorme,
fatal, definitiva,
(maior que a minha).

Custou-me lágrimas olhar o olhar daquele peixe.

Crédito do desenho: Valdyr Grecca Perrini

Edival Perrini/ Entre sem bater/ 1972

INVERNO

PAI

Os óculos,
braços cruzados na gaveta abandonada,
velam a mesma posição.

O sol,
capaz de mudar a cara de tudo,
nada pode com a saudade.

(Dia 18 de junho de2015, meu pai  -Valdyr Grecca Perrini-  estaria completando 100 anos!
Este poema, feito 1 ano depois do seu falecimento (em 1997) é uma forma de dizer o quanto ele ainda está VIVO no nosso coração)

Edival Perrini/ Armazém de ecos e achados/ 2001

POEMA I DE “O POETA INVENTA VIAGEM, RETORNO, E SOFRE DE SAUDADE”

Se for possível, manda-me dizer:
-É lua cheia. A casa está vazia-
Manda-me dizer, e o paraíso
há de ficar mais perto e mais recente
me há de pertencer teu rosto incerto.
Manda-me buscar se tens o dia
tão longo como a noite. Se é verdade
que sem mim só vês monotonia.
E se te lembras do brilho das marés
de alguns peixes rosados
numas águas
e dos meus pés molhados, manda-me dizer:
-É lua nova-
E revestida de luz te volto a ver.

Hilda Hilst / Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão, 2001

TEMPO

Temperatura em elevação,
nuvens isoladas de ausência.

Nebulosidades aumentam
no decorrer do período.

Ao pôr do sol,
pancadas de saudade.

Edival Perrini/ O olho das águas/ 2009

Edival Perrini

Edival Antonio Lessnau Perrini nasceu em Curitiba-PR, em 23 de outubro de 1948, onde cresceu e reside. Saiba +

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