A ALGA
Verte
do verdor
da alga
algo
além da cor.
Talvez
ao ver-se
vista,
a alga
pulse
o coração
de ciscos
e
a verdura
do verbo
alga
musgue
o olhar.
Talvez
ao me ver
vendo-a,
a alga
veja-se
tocada:
verde verde,
verde.
Verte
do verdor
da alga
algo
além da cor.
Talvez
ao ver-se
vista,
a alga
pulse
o coração
de ciscos
e
a verdura
do verbo
alga
musgue
o olhar.
Talvez
ao me ver
vendo-a,
a alga
veja-se
tocada:
verde verde,
verde.
O sonho é meu pastor, nada me faltará.
Que venham as tormentas, que venha o que vier,
tenho o sonho comigo, o sonho é meu pastor.
O mundo da aparência não me engolirá.
Conheço bem suas manhas, meu ofício é interior:
girassol que é girassol tem proa pro amanhecer.
O sonho é meu pastor, nada me faltará.
Com ele eu teço o mundo, reinvento a via-láctea.
Mistérios são bem-vindos, o sonho é meu pastor.
Ou eu busco a verdade ou ela não me achará.
Minha verdade, o sonho, é pomar e é brasão.
Seu universo, os versos, fio do sim e do não.
O sonho é meu pastor, nada me faltará.
Encontro nele a luz, meu alimento e cor.
Que escorra a ampulheta, o sonho é meu pastor.
Edival Antonio Lessnau Perrini nasceu em Curitiba-PR, em 23 de outubro de 1948, onde cresceu e reside. Saiba +