Tag: manhã

ANÍMICO

Nasceu no meu jardim um pé de mato
que dá flor amarela.
Toda a manhã vou lá pra escutar a zoeira
da insetaria na festa.
Tem zoado de todo jeito:
tem do grosso, do fino, de aprendiz e de mestre.
É pata, é asa, é boca, é bico,
é grão de poeira e pólen na fogueira do sol.
Parece que a arvorinha conversa.

Adélia Prado/ Bagagem/ 2003.

CURITIBA

Curitiba

na sua manhã
Curitiba
respiro a cerração
das nuvens que dormiram com você

Edival Perrini/ Armazém de ecos e achados/ 2001

MEMÓRIA DA MANHÃ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Crédito da foto: Claudinho Brasil

A manhã vai longe
quando os pássaros dormem
e as cores sonham
o prefácio do dia.

Edival Perrini/ Pomar de Águas/ 1993

VÉRTICE






 

 

 

 

 

 

 

 

Crédito da foto: Gustavo Asciutti.


Homem em pé sobre a canoa
pesca a manhã de cada dia,
noventa graus de poesia.

( Edival Perrini/Pomar de águas/ 1993 )

TECENDO A MANHÃ

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo,
que tecido, se eleva por si: luz balão.

(João Cabral de Melo Neto/ A Educação pela Pedra)

Edival Perrini

Edival Antonio Lessnau Perrini nasceu em Curitiba-PR, em 23 de outubro de 1948, onde cresceu e reside. Saiba +

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