
Vou-me embora pra Soslaio.
Não sou amigo do rei
mas sei
onde posso ser feliz.
Carlos, Quintana e Barros,
Bandeira também,
são santos do meu amparo,
são mantras dos meus améns.
Vou-me embora pra Soslaio.
De lá eu vejo longe.
E de esguelha me reconheço
no torto
onde os avessos estão.
Fui-me embora pra Soslaio.
Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se caráter custa caro
pago o preço.
Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.
Um rio, só se for claro.
Correr, sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
- não paro nem mereço.
E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
- se caráter custa caro
pago o preço.
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