
selvagens baleias
mergulham das nuvens,
me acendem, me excitam,
amparo de dúvidas
centauro marinho,
promessas de mar,
sereias, seus cantos
caminho das índias?
selvagens baleias
habitam as nuvens,
se as vejo, se ouço
seus surdos vestígios
agarro a fumaça,
mergulho sonhante
em mares, entranhas,
gritantes silêncios
Crédito da imagem: www.cyberartes.com.br
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Tags: baleias, caminho das Índias, centauro, Duvidas, entranhas, fumaça, Gabo, mar, nuvens, sereias, silêncios

Um sonho feito balão
pressente o rumo do mar,
que chão de mar é molhado
e liso e fofo e alado
como carece ser chão
pra empinar sonho e gente.
Escafandrista de sonho
não diz que mar não dá pé.
Mergulha os olhos na água,
não dá bola pra marola,
ignora sombra e lama,
olha e vê, como vê!
Vê que gaivota é um peixe
que pulou fora do mar.
Daí que olhar seus avanços,
balanços e acrobacias,
traz um ar de nostalgia.
Saudades do vasto mar?
Vê a vida o mareante,
cavalga as algas e areias,
descasca o fruto-mar.
Aí se acendem estrelas,
conchas, polvos e arraias:
há um mar dentro do mar.
Apalpar estas entranhas,
alquimia de sereias,
é reencontrar o menino
que outro dia viu o mar,
e se pôs a perguntar
se o verbo dos princípios
não seria o verbo almar?
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Tags: água, algas, areia, balão, escafandrista, gaivota, mar, mareante, marola, marulhos, nostalgia, peixe, sereias, sonho, verbo