Poemas vivos

NORTE

Repudio a chuva fina:
mesquinha, indecisa, à toa.
Ou tempestade me assina
ou me rasgo, se garoa.

(Edival Perrini/ Armazém de ecos e achados/ 2001)

ROTEIRO

Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se caráter custa caro
pago o preço.

Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.

Um rio, só se for claro.
Correr, sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
-       não paro nem mereço.

E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
-       se caráter custa caro

pago o preço.

( Sidônio Muralha )

TOM



Quando a noite invade os pássaros,
voos derramam-se em luz:
manhas da manhã,
pouso feito a bico
com mil gravetos de som.

Edival Perrini/ Pomar de águas/ 1993

Tom

No You Tube, Tom, de Edival Perrini, com musica e interpretação de Jazomar Vieira da Rocha e Priscila Rocha:

 

Edival Perrini/ Pomar de águas/ 1993

DESPOJAMENTO

Eliminei o excesso de paisagem
simplifiquei toda a decoração
retirei quadro flores ornamentos
apaguei velas copos guardanapos
e a música

Bani a inutilidade do discurso

Na mesa de madeira
nua
apenas dois pratos
brancos
sem talheres

O banquete será tua presença

(Ivo Barroso/ Folha de São Paulo, 18 de abril de 2004)

Edival Perrini

Edival Antonio Lessnau Perrini nasceu em Curitiba-PR, em 23 de outubro de 1948, onde cresceu e reside. Saiba +

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