Poemas publicados

RETRATO

Perdida a conveniência das nuvens,
águas alucinadas buscam aderência.

Nestas águas me reconheço.

Armazém de ecos e achados, 2001

“Agora é vital”

Agora é vital:
buscar o caminho de volta
pro quintal.

O olho das águas, 2009

“Teu frio”

Teu frio
Curitiba
vicia-me em abraços

Armazém de ecos e achados, 2001

APETRECHOS (para Manoel de Barros)

Ter uma palavra para não usar:
estepe.
Estrepar-se se ela não está.

Ter uma palavra para não usar
e usá-la
no distraimento vagamundo do não pensar:
ir errando em seu desuso de estertores.

Armazém de ecos e achados, 2001

O SURFISTA

Olhos de águia
olham
sobre o hálito do mar
estrelas que só eles veem.

O corpo abre um talho na água.

Entre vagalhões,
a prancha
é lança e é guerreira.

Soberano,
o surfista
põe-se de pé
e costura a onda
tantas e tantas vezes
que o fio
interminável
é o da linha do horizonte.

Na areia
uma vestal sorri,
e molha-se também.

O olho das águas, 2009

Edival Perrini

Edival Antonio Lessnau Perrini nasceu em Curitiba-PR, em 23 de outubro de 1948, onde cresceu e reside. Saiba +

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