NO SONHO E NO POEMA
no sonho e no poema,
por não poder
me distraio
no sonho e no poema
há um poço,
raio que verte versos
se ouço
no sonho e no poema
há ossos,
manto de agonia
e espanto
no sonho e no poema,
por não poder
é que posso
no sonho e no poema,
por não poder
me distraio
no sonho e no poema
há um poço,
raio que verte versos
se ouço
no sonho e no poema
há ossos,
manto de agonia
e espanto
no sonho e no poema,
por não poder
é que posso
Debruçado na tarde lanço a mais triste rede
aos teus olhos oceânicos.
Nela se estende e arde na mais alta fogueira
minha solidão que gira os braços como um náufrago.
Faço rubros sinais a teus olhos ausentes
que ondulam, como à beira de um farol, o oceano.
Guardas apenas trevas, fêmea longínqua e minha.
De teu olhar emerge às vezes o litoral do espanto.
Debruçado na tarde lanço a mais triste rede
a esse mar que sacode os teus olhos oceânicos.
Os pássaros noturnos bicam as primeiras estrelas
que cintilam como minha alma quando te amo.
A noite galopa em sua égua sombria
esparramando azuis espigas pelo campo.
Edival Antonio Lessnau Perrini nasceu em Curitiba-PR, em 23 de outubro de 1948, onde cresceu e reside. Saiba +